Oque é realmente importante na vida? Eis uma questão que quase todos já fizeram em algum momento de sua jornada.
Em Filosofia Clínicatratamos deste assunto no Tópico 18 – Axiologia, o qual diz respeito aos elementos de valoração. Em outras palavras, se ocupada daquilo que valoramos, como valoramos, por que valoramos, como deixamos de dar valor e como se caracterizam e estruturam esses valores dentro de nós. Em outras palavras, trabalha com a “importância” das coisas.
O fato é que muitos não se dão conta que boa parte das vezes o que é valorado na verdade só o é dada a forma que valoramos as coisas, e isso se dá das mais diversas maneiras e formas.
Algumas pessoas valoram pela proximidade, ou seja, elas dão importância para aquilo que lhes é próximo, que está ao seu redor. Em outras palavras, são pessoas cujos valores são proporcionais ao Tópico 3 da Estrutura de Pensamento (sensorial), então quanto mais essa pessoa puder tocar, puder ver, puder cheirar, sentir, mais isso terá valor para ela.
Outros, no entanto, possuem valores inversamente proporcionais a essa proximidade. Eles valoram coisas que estão distantes. São pessoas cujas coisas e seres que estão próximos normalmente não são considerados importantes. Pessoas essas que normalmente não sabem lidar bem com a proximidade. Lembramos que em Filosofia Clínica não existe um certo ou um errado, um bom ou um mau, essas são apenas as formas como o indivíduo se estruturou ao longo de sua vida.
Outras pessoas valoram por afetividade. Então quando algo tiver um valor sentimental isso lhes será importante. Às vezes um presente dado por um ente querido e que já se foi, às vezes um amor, coisas que lhe tocam emotivamente.
Já algumas pessoas atribuem valor ao trabalho que tiveram para conquistar algo. São pessoas que costumam dizer: eu trabalhei muito para adquirir isso! Eu sofri muito na vida para ter isso e aquilo!
Alguns fazem conectivos, então eles valoram o filho por ele seguir a empresa da família, e este por sua vez têm mais importância do que teria sozinho. Pessoas assim costumam apresentar no discurso fortes vínculos que nomeiam os seus valores, tais como: meu filho é importante porque além de ser meu filho ele também trabalha comigo.
E claro existem aqueles que valoram por freqüência (T12 – Paixões dominantes). Para pessoas assim quanto mais algo se repetir na vida, quanto mais freqüente tiver uma coisa, mais importante isso será. Para pessoas assim é difícil largar uma carreira, uma profissão, e até mesmo uma empresa, uma casa, uma família.
Algumas pessoas valoram por empiria, ou seja, elas nos colocam que algo lhes tem valor através das vivências que elas tiveram ao longo da sua jornada.
Claro, existem aquelas pessoas que introjetam valores para as coisas, ou seja, elas dão valor às coisas simplesmente por dar, não existe um motivo ou uma forma aparente. E existem aqueles para os quais os valores não significam nada, eles querem mais é viver a vida, definem as coisas por outros parâmetros e questões; costumamos dizer nestes casos que a axiologia (os valores) não possuem peso subjetivo para a pessoa, ou seja, não possuem poder de determinancia sobre as coisas.
Não é difícil encontramos exemplos de falas como: quando eu consegui algo que para mim era muito importante eu comecei a sentir um vazio. Isso se dá, pois algumas pessoas compram valores através de pré-juízos (Tópico 5 da EP), então pela família acreditar que aquilo era importante a pessoa o considera importante.
Muitos somente consideram algo importante através das suas abstrações, pela forma como imaginavam algo, pelas vivencias abstratas que possuíam. É assim que muitas coisas que nos sonhos são lindas acabam se mostram sem cor e importância quando acontecem ou existem realmente.
Algo interessante também de se saber é que muitas pessoas, por terem uma axiologia baseada em valores hierárquicos, ou seja, de graus de importância, acabam caindo em vários problemas. Usos de drogas ocasionadas pelo grande valor que lhe são dadas, por exemplo. Ou os casos nos quais a família é menos importante que o emprego, e etc.
Aqui nós vimos os conceitos e idéias básicas em torno dos valores. Podemos perceber que muitos valores são construídos ao longo da vida de diferentes formas, por diferentes mecanismos. Em breve aprenderemos a utilizar melhor cada um destes conhecimentos aqui demonstrados.
por Gilberto Sendtko
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